18.3.07

Medo!


Medo. Dizem por ai pelos becos escuros das noites mais assustadoras que o medo é o sentimento que tanto é provocado quanto existe por si só. Diferente do amor ou do ódio que necessariamente precisam ser evocados por alguém para atingir a existência, o medo fica concentrado aí por perto, esperando para se agarrar às veias de alguém que passe desprevenido, chegando pela sua corrente sanguínea até o coração, inundando-o tanto por fora quanto por dentro, com seu viscoso breu, tão escuro quanto os oriundos daí, pensamentos obscurecidos de sua vítima. Ele paira pelos suntuosos salões do abstrato, do onírico, esta dimensão que está ligada ao universo real por esse fio de material plasmático não-material que se utiliza das percepções dos seres vivos como escotilhas para lançar suas setas, as quais chamamos de emoções, de sentimentos. O que diferencia o medo dos demais sentimentos, é que estes são arremessados onírico afora, enquanto aquele, além de compartilhar esta característica com os outros sentimentos, pode simplesmente pular realidade adentro, ao seu arbítrio.
E isto tudo é apenas o começo. Se nós pensávamos que a expansão napoleônica ou a nazista eram rápidas o bastante para cobrir o mapa Europeu em alguns anos de conquistas, o medo é tão veloz quanto possa cobrir a Terra num piscar de olhos. Mas ele precisa de toda uma ambientação, uma situação para isso. Se todos os seres vivos estivessem conectados (como nosso ultimo texto sugere), o medo iria se alastrar como uma epidemia diabólica, instantaneamente.
As reações ao medo são as mais diversas possíveis. Uns gritam e choram, outros ficam paralisados, tórpidos. Há ainda os que reagem com calma e frieza, os que desmaiam os que morrem...Enfim, o caos governaria sobre a Terra. Trazendo para um ambiente mais cyber, o sistema iria sucumbir a este script malicioso que é o medo: Um diruptivo vírus sem regras calculadas que simplesmente se multiplicaria mais rápido do que o processamento da máquina possa alcançar, quebrando as leis binárias, prejudicando o funcionamento do sistema ainda que momentaneamente.
Seria interessante ver o medo sufocar a humanidade toda de maneira súbita e tão subitamente desaparecer para que possamos, eu e você, leitor, dar boas gargalhadas das reações provocadas pelo sentimento autogenésico.

16.3.07

Simplesmente conecte-se!


Hoje eu (o garoto) sabia o que queria escrever. iria começar um texto sobre a dialética do comportamento social humano. levantei o seguinte questionamento: Se o ser humano é um ser social, por que as relações humanas são tão frágeis? Não é normal sermos destros em coisas que fazemos sempre? A prática não leva à perfeição?
Claro que existem níveis de sociabilidade entre os seres humanos, mas em todos estes níveis se percebe tal fragilidade. O que não deveria acontecer, visto que estamos vivendo socialmente a um bom tempo. A história nos mostra o quão frágil é esta faculdade que vou chamar de “o social”. Alguém achou que pegar um pedaço de terra e dizer que era seu, impelindo os outros a trabalhar para que pudessem ali permanecer e desfrutar o que de melhor aquela terra lhes podia dar. Ao meu ver, o primeiro impasse social, ainda que chamem isso de esperteza ou perspicácia. A partir daí acompanhamos muitos outros casos de níveis diferentes em que a busca pelo poder, afasta os seres humanos uns dos outros ou até destroem vidas.
Ás vezes, esta quebra do social cometida por um ser para com outro ser, acarreta em perdas para mais que apenas estes dois seres humanos. Às vezes a perda é para a humanidade. Mais uma vez, deixemos a história falar. Não, eu não citarei nenhum caso que exemplifique a afirmação acima. O que importa dizer é que temos simplesmente que nos conectar uns com os outros, da melhor forma possível.
Situando: imagine que a terra é um grande ser vivo, apenas como um ser humano. E que as células deste ser vivo estão dispostas ao longo dele, e dentro e por todos os lados, apenas como um ser humano. O que quero dizer é que se os seres humanos fazem parte deste grande ser vivo que é a terra (sem filosofias ou religiões), com certeza seriamos os neurônios. Sabemos que, assim como cada ser humano, cada neurônio é insubstituível. Os outros seres vivos seriam as demais células. Conceba você, leitor, uma comparação: um tipo de célula para cada tipo de ser vivo. Agora imagine se nossos neurônios brigassem por poder, destruindo uns aos outros e às vezes destruindo as memórias acumuladas aqui e ali, prejudicando o funcionamento geral do organismo, e às vezes atribuindo menos importância as demais células do organismo, e destruindo-as e causando caos e desordem, e...e....e...Cruel, não?
Trazendo para um âmbito mais cyber, eu diria que o social nada mais é do que o cabo de rede que temos plugados em nossas mentes, bem como o endereço de IP, o DNS e o Gateway, mas também a “máscara da Sub-rede”. Que este sistema não seja governado por uma maquina igual a todas as outras!

15.3.07

escreva!




Um garoto começou a escrever uma história. Ele não tinha a menor noção do que queria escrever, então apenas começou a deslizar sobre as teclas e a bater randomicamente em algumas delas...O tédio ia aumentando, afinal ele já atingia cerca de quarenta e sete palavras e não sabia ainda o que queria dizer. O que fazer? Pensou. Sem respostas proferidas por ele mesmo e por mais ninguém, já que estava só no quarto.
Baixava mais hq’s de star wars no emule e de vez em quando ia dar uma olhada no progresso. Principalmente por que ainda não sabia exatamente o que queria dizer. Apenas queria diz algo. Sentia uma vontade enorme de dizer qualquer coisa para qualquer pessoa, mesmo que fosse apenas para tomar o tempo de que o lesse. Até agora ele tinha conseguido. Esta pessoa tinha perdido pouco mais de 20 segundos olhando e tentando entender o que aquilo tudo significava, em vão...Nada. Aquilo não significava nada, simplesmente nada, vindo de uma pessoa que não quer estudar para as provas de português e de literatura brasileira que seguem pelas próximas duas manhãs.
Cento e oitenta e nove palavras depois ele começa a se despedir de seus leitores, agradecendo a paciência e mandando um forte abraço para eles.
Começa um quarto parágrafo sem ter dito absolutamente nada e termina pedindo desculpas pela violência que cometeu, roubando o tempo do leitor, e esperando ser desculpado, e que os leitores nunca comentem nada com ele se o encontrar por ai pela rua.
O quinto parágrafo se encarrega de trazer um bom e velho tchau!