15.1.12

Tempo!


E já não era em tempo de atualizar esse blog?

Se já não era em tempo eu não sei, mas já era em tempo! 

Bem, leitores (todos os dois desse blog), como o nosso título sugere, hoje falaremos sobre o tempo. O termo se refere tanto à situação geográfica atmosférica dum dado local, resvalando sobre a quantidade de chuvas, ventos ou sol, quanto à medida sequencial inspirada por Cronos (Κρόνος), lá na mitologia grega (representado aí na imagem do post. Pintura do velho Goya). No episódio, ele é um dos titãs, o mais moço deles, e traga seus filhos ao nascerem, pois que tinha medo de ser destronado (o que de fato ocorre. Trata-se de Zeus, que confundido com uma pedra, escapa desse destino (sobre isso, vide Teogonia: A Origem Dos Deuses, do velho Hesíodo)). Assim Cronos aparece como alegoria para o fato de que nada dura para sempre. O tempo vence e traga tudo e todos, menos Zeus... Tempo é considerado pela física como a quarta dimensão. Isso quer dizer que além de altura, largura e profundidade, podemos mensurar o tempo. Basta dar corda no relógio.Existem outras mais dimensões, mas o tempo contraposto ao espaço se revela como uma chave para entendermos nossas vidas, já que somos seres que apreciam a sequencialidade dos fatos. Serve para que uma vez fundado um conceito, se pode separá-lo dos outros e atribuir o devido mérito quanto sua originalidade etc, dando as honras aos primeiros elaborados. Serve para organizar as memórias e viver com isso. E ser feliz com isso, ou triste. Dependendo de como você encara seus episódios do dia a dia.

Mas quero furtar-me dos conceitos genéricos e falar sobre uma experiência muito pessoal. Ocorre que certa vez, em fevereiro, estive num lugar aqui pertinho de minha casa. Apenas três mil e seiscentos quilômetros de distância. Era uma terça, dia 22, salvo o engano, e eu ia voltar ao meu ‘lar, doce lar’ na quinta. Estava lá, num ponto fixo no espaço e no TEMPO. Dois dias antes de ir-me embora. Estava lá naquele dia, naquela hora. Conheci alguém. (graças a Cronos!!!!)

O fato é que eu mesmo meço a minha vida em antes e depois daquele samba rock. Mas como o poderia fazer se não houvesse o tempo? Com base em que apoiaria as minhas experiências daquele momento (‘daquele momento’, percebe?), poderia eu expressar-me sobre o caso? Como conjugaria os TEMPOS dos verbos, e trataria do pretérito, do que aconteceu? Impossível.

Bem, o TEMPO passou e eu aprendi que para lidar com ele, era preciso mais que uma régua. Era preciso paciência. Era preciso um tipo de paciência que só aquela famosa (para os que me conhecem bem) ‘paz de espírito’ poderia prover.  Pensava eu que na verdade isso engrandecia incomensuravelmente um ato. O tempo mais estendido torna uma espera mais nobre e embora a recompensa possa ou não ser condizente com sua dedicação, no fim vc agrega valor ao seu ser. Experiência nunca é demais, sim? Só quero dizer com isso que no tempo certo as coisas fluem. Maturar é um ato que se submete ao tempo, assim como tudo e que em tempo certo, as coisas fluem. O FUTURO a Zeus pertence. Espero ansioso pelos ticks do relógio para tocar o futuro. Não o deixarei escorrer entre meus dedos... é um relógio o qual nunca deixarei de dar corda... o certo é saber que você nunca, NUNCA, perde tempo.